Se existe uma maneira de estudar para as provas de Literatura dos vestibulares, é devorar os livros que constam na lista de leituras obrigatórias das universidades. Divulgados geralmente de seis meses a um ano antes da data das provas de cada instituição, eles são fundamentais para a resolução das questões. Afinal, os enunciados giram em torno das obras. “É muito importante o candidato saber que, quando há leituras obrigatórias, a premissa é que ele leia”, lembra o coordenador de Português do Grupo Etapa, Heric Palos. “É preciso confirmar se o livro foi entendido”, acrescenta.
Isso não quer dizer que o estudante precise decorar o enredo da obra. Muito pelo contrário, perguntas específicas sobre os livros dificilmente são cobradas nos exames. O importante é compreender as relações da narrativa e, a partir delas, estabelecer argumentos para responder às questões. Em outras palavras, as questões cobram o entendimento da obra.
É por isso que a leitura de resumos é pouco eficiente nesse momento. Como ela traz uma síntese dos principais pontos da trama, não permite uma compreensão geral. “O resumo traz somente os pontos fundamentais na visão de quem o produziu, então é uma leitura enviesada, ou seja, não é suficiente. Mas é claro que é melhor ler o resumo do que não ter contato algum com a obra”, opina Palos.
O coordenador de Português do Grupo Etapa lembra que as listas de leitura costumam ser bastante canônicas, isto é, geralmente trazem indicações de livros clássicos, substituídos por títulos semelhantes a cada ano ou conforme as preferências da instituição. “Dificilmente as faculdades fogem muito do tradicional. Se tiram ‘Vidas Secas’, colocam ‘São Bernardo’, por exemplo. Se excluem ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, trocam por ‘Dom Casmurro’. Vai mudar o enredo, mas a essência será a mesma. Com isso, é possível perceber dentro da lista o que a banca considera mais importante”, observa Palos.
E nas provas sem leituras obrigatórias?
Nos exames em que não são cobradas leituras obrigatórias (como o Enem, a Vunesp e a Unifesp, para citar os principais), as provas de Linguagens costumam trabalhar com textos variados e cobram do aluno o entendimento daquele texto apresentado. O modelo de questão costuma trazer uma espécie de guia de como o aluno deve ler aquela questão. Os enunciados não estão aí por acaso.
“O enunciado das perguntas orienta o candidato. Isso quebra aquela máxima de que a interpretação é um exercício de adivinhação. Se a questão pede a leitura de um texto por meio de um viés específico, ela limita a esse viés. Mesmo que haja divergências, o exame te guia. É por isso que é fundamental entender o que a questão está pedindo”, explica Palos.
História da literatura: preciso estudar?
Sabe todos aqueles movimentos literários que você estuda ao longo do Ensino Médio? Romantismo, Naturalismo, Realismo, Parnasianismo... eles entram na alçada da História da Literatura. Ela ajuda a fundamentar a leitura de obras importantes que pertencem a esses períodos literários. “Isso ajuda o aluno a ter uma visão mais ampla das obras, o que é importante para a resolução das questões”, observa Palos. Para ele, o mais importante para se dar bem na prova de Literatura é construir uma prática de leitura ao longo dos anos, além de exercitar a capacidade interpretativa em simulados e exercícios.
Fonte: G1
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